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Asma e outras manifestações respiratórias requerem diagnóstico diferenciado em tempos de Covid-19

Asma e outras manifestações respiratórias requerem diagnóstico diferenciado em tempos de Covid-19

Conheça as recomendações feitas pelo Ministério da Saúde no processo de identificação correta da doença e manejo do paciente

Os sintomas da infecção pelo novo coronavírus podem surgir entre 2 e 14 dias depois da exposição ao vírus. Eles são bastante parecidos com os da gripe e se manifestam através de febre, tosse e dificuldade para respirar, podendo progredir para infecção do trato respiratório inferior, como a pneumonia.[1]

Por esse motivo, também podem ser confundidos com os de várias outras doenças, como a asma (veja o quadro para compreender as diferenças). De acordo com o Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus na Atenção Primária à Saúde, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde, pacientes com sintomas de síndrome gripal devem seguir um fluxo de atendimento que inclua a avaliação da gravidade do caso e seu diagnóstico diferencial.

Gripes e resfriados claramente se enquadram nessa síndrome, que pode ou não ser decorrente de infecção pelo SARS-CoV-2, causador da covid-19. Quadros agudos de broncoespasmo também são contemplados no fluxo (em função da dificuldade respiratória), assim como casos recorrentes de broncoespasmo, porque fazem parte do diagnóstico diferencial e podem ser desencadeados por viroses respiratórias, inclusive a covid-19. O ponto levantado de que o indivíduo asmático faça parte do grupo de risco é pertinente, mas se forem seguidas as orientações do protocolo, o paciente estará usando máscara facial e separado para espera em local apropriado, o que o protegerá, dentro do possível, de adquirir infecção pelo SARS-CoV-2 durante o atendimento.[1]

A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclui a asma dentre o grupo de risco por ser uma doença crônica. Assim, os asmáticos devem tomar as mesmas precauções que qualquer outra pessoa com doença respiratória com alta incidência de disseminação na comunidade.[2]

O Comitê de Asma da Sociedade Latino-Americana de Alergia, Asma e Imunologia (SLAAI) elaborou algumas recomendações específicas para esses pacientes. Considera-se muito importante que os pacientes asmáticos realizem corretamente seu tratamento de base para manter um bom controle da asma. A adesão ao tratamento prescrito é fundamental para diminuir os riscos de complicações em geral.[2]

Caso compareça ao pronto-socorro ou a qualquer outro centro de saúde com sintomas de asma (tosse, chiado no peito, sensação de dificuldade de respirar), recomenda-se levar seus próprios acessórios — inalador, espaçador e máscara para inalação — para utilizá-los individualmente, se for necessário.[2]

Foram incluídas nessas recomendações a realização de vacinas contra pneumonia, como a vacina pneumocócica e a Haemophilus influenzae tipo B (Hib). Embora estas não protejam contra o novo coronavírus, é altamente desejável que sejam feitas para manter a boa saúde e evitar outras doenças respiratórias associadas ou isoladamente.[2,3]

Além dessas medidas específicas, deve-se aderir àquelas feitas pela OMS à população geral, como reduzir o contato social, lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar um desinfetante à base de álcool.[2]

Fonte: Ministério da Saúde

Fontes

[1]. Fiocruz. Coronavírus? Tire suas dúvidas aqui! Disponível em: <www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/coronavirus-tire-suas-duvidas-aqui/>. Acesso em: abr. 2020.

[2]. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Recomendações sobre Coronavírus para pacientes portadores de ASMA. Disponível em: <http://asbai.org.br/wp-content/uploads/2020/03/Recomendações-slai.pdf>. Acesso em: abr. 2020.

[3]. Asthma and Allergy Foundation of America. Coronavirus (COVID-19): What People With Asthma Need to Know. Disponível em: <https://community.aafa.org/blog/coronavirus-2019-ncov-flu-what-people-with-asthma-need-to-know>. Acesso em: abr. 2020.