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Resguardando os idosos em meio à pandemia

Resguardando os idosos em meio à pandemia

Classificados como grupo de risco, idosos precisam cumprir o isolamento social e reorganizar a rotina para manter a saúde física e mental

Os idosos integram o grupo considerado como o de maior risco para desenvolver as complicações do novo coronavírus, cujo desfecho pode ser fatal. Por isso, as autoridades de saúde em todo o mundo foram claras quanto à orientação de que eles fiquem isolados, até mesmo mantendo o distanciamento de familiares.[1,2]

O posicionamento da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) aconselha que os idosos com mais de 60 anos de idade, especialmente os portadores de comorbidades — como diabetes, hipertensão arterial, doenças do coração, pulmão e rins, doenças neurológicas e câncer —, e aqueles com mais de 80 anos de idade e portadores de síndrome de fragilidade evitem aglomerações ou viagens, contato com pessoas que retornaram recentemente de viagens internacionais, uso de transporte público, participação de atividades em grupo e contatos íntimos com crianças. O atendimento às pessoas idosas deve ser preferencialmente em domicílio, evitando-se a exposição coletiva em serviços de saúde.[3]

Manter-se fisicamente ativo deve ser ainda mais enfatizado para indivíduos idosos, os quais comprovadamente apresentam mais comorbidades e maior risco cardiovascular, além de serem mais vulneráveis à covid-19[4]. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha que ao longo do dia a pessoa dedique de três a cinco minutos para realizar exercícios[5]. Alguns comportamentos e atitudes podem auxiliar na manutenção de uma vida fisicamente ativa e da saúde física e mental, como realizar atividades físicas que sejam prazerosas — explorando espaços domiciliares e utensílios disponíveis para se movimentar — ou atividades de vida diária — como limpeza, manutenção e organização dos espaços domésticos.[4]

A reclusão é uma questão delicada nesse grupo, já que a maioria da população com mais de 60 anos de idade é saudável, está ativa e em plena capacidade funcional. 

Por isso, os idosos devem buscar alternativas para que não se sintam solitários. Diante do isolamento por conta da pandemia do novo coronavírus, eles têm que aprender a lidar com as novas tecnologias, saindo do analógico e partindo para o digital. Muitos, até mesmo, fizeram perfis em redes sociais como Facebook e Instagram para acompanhar, ainda que virtualmente, a rotina de filhos, netos e amigos.[1-3]

Existem alguns dispositivos que promovem a interatividade, sem requerer uma ação do idoso. Um exemplo é o porta-retrato digital. Desenvolvido especialmente para idosos, ele não exige que eles aprendam novas tecnologias e permite que vários membros da família compartilhem fotos, façam chamadas de vídeo e publiquem notas virtuais por meio de um aplicativo. Basta que esteja ligado e conectado à internet para que as mensagens apareçam.[6]

Outra tecnologia que vem auxiliando uma parte das pessoas do grupo de risco é a teleassistência. Algumas empresas oferecem apoio aos idosos 24 horas por dia não só em tarefas cotidianas, como também em situações de emergência. O serviço consiste na instalação de um sistema dentro da residência do paciente, sendo possível acessar a central apertando um botão de emergência que pode ficar em pulseiras ou colares. Assim que a central é acionada, o atendente faz o contato por viva voz para entender a necessidade da emergência e, se for o caso, enviar uma ajuda especializada. O recurso pode ser de grande valia para os idosos que moram sozinhos e não têm apoio durante a pandemia.[7]

Fontes

[1]. Unicef. Caring for the elderly during the COVID-19 pandemic. Disponível em: <www.unicef.org/india/stories/caring-elderly-during-covid-19-pandemic>. Acesso em: abr. 2020.

[2]. Science Daily. Caring for seniors during COVID-19 pandemic. Disponível em: <www.sciencedaily.com/releases/2020/03/200331130117.htm>. Acesso em: abr. 2020.

[3]. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Posicionamento sobre COVID-19. Disponível em: <https://sbgg.org.br/posicionamento-sobre-covid-19-sociedade-brasileira-de-geriatria-e-gerontologia-sbgg-atualizacao-15-03-2020/?fbclid=IwAR1TSfUvo98WC4Neb3023jJYPeDjw6293Xycw5gFNqREbg0SfCVl44arVwg>. Acesso em: abr. 2020.

[4]. Ferreira MJ, Irigoyen MC, Consolim-Colombo F, Saraiva JFK, Angelis K. Vida fisicamente ativa como medida de enfrentamento ao COVID-19. Arq Bras Cardiol. 2020. In press 2020. Epub Apr 09, 2020. doi.org/10.36660/abc.20200235.

[5]. World Health Organization (WHO). Be Active during COVID-19. Disponível em: <www.who.int/news-room/q-a-detail/be-active-during-covid-19>. Acesso em: abr. 2020.

[6]. ViewClix. Disponível em: <www.viewclix.com>. Acesso em: abr. 2020.

[7]. Canal Tech. Tecnologias médicas ajudam o grupo de risco no combate à COVID-19. Disponível em: <https://canaltech.com.br/saude/tecnologias-medicas-ajudam-o-grupo-de-risco-no-combate-a-covid-19-162399/>. Acesso em: abr. 2020.